Sim, amigos leitores. O Chevette também foi produzido no país vizinho, a República Argentina. Porém, ao contrário do modelo brasileiro, a sua saga no país do tango foi curta, durando apenas três anos.
Entre 1974 e 1977 foi comercializado no país platino o Opel K-180.
Embora muito semelhante ao nosso Chevette, o Opel K-180 tinha suas diferenças com o "hermano brasileño", a começar pela carroceria: somente disponível em duas portas cá no Brasil, enquanto na Argentina só era disponível em quatro portas... Tudo devido ao grande preconceito mercadológico brasileiro vigente entre as décadas de 1970 e 1990: o "quatro portas é taxi".
Outra diferença visual entre o automóvel argentino e o brasileiro ficava por conta dos faróis principais: circulares no Brasil e retangulares na Argentina.
Obviamente outra diferença marcante era o logotipo Opel, como no Kadett europeu, utilizado pelo modelo argentino, enquanto o brasileiro ostentava a marca Chevrolet. O interior do modelo argentino também se diferenciava, pois prezava mais o luxo, com mais apliques em madeira, revestimentos dos bancos em material de melhor qualidade, com direito a uma espécie de bolsa no encosto do banco dianteiro, proporcionando para os passageiros do banco traseiro a comodidade de guardar alguns objetos.
Mas a maior diferença estava, sem sombra de dúvidas, na motorização: enquanto, na época, o nosso Chevette contava com um motor de 1,4 litro e 65 CV de potência, o K-180 contava com um 1,8 litro de 86 CV de potência (que "deu ralo", inclusive, nos motores do Chevette brasileiro mais moderno, o 1.6/S de 81 Cv de potência).
Olhando a foto do motor do K-180 (acima), os brasileiros não se lembram de alguma coisa? Sim, é ele mesmo! O famoso e valente motor Chevrolet 151, que equipou os Chevrolet Opala de quatro cilindros. Porém, no K-180 ele tinha seu deslocamento volumétrico reduzido de 2,5 litros para 1,8 litro.
Assim como no Brasil tivemos as versões esportivas do Chevette (a GP, a GP II e a S/R), na Argentina foi comercializado o Opel Rally, com direito a faixas na pintura, painel com conta-giros e faróis de neblina.
Apesar da curta carreira, o K-180 obteve seu sucesso e hoje é um dos colecionáveis de respeito no país platino, tendo uma legião de aficcionados.
Somente em 1992 o modelo volta ao país platino, só que desta vez fabricado no Brasil e com o nome de GMC Chevette... Como ocorreu na maioria dos países sul-americanos onde o Chevette foi vendido (Colômbia, Venezuela, Bolívia, etc.), na Argentina o modelo de sucesso foi mesmo o de quatro portas (que era produzido no Brasil e tinha quase que a totalidade de sua produção exportada devido a preferência brasileira, na época, pelos carros de duas portas).