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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CHEVETTE 1.7 (SEM ALTERAR O DOCUMENTO)

    Esse eu garanto que fica muito bom. Fiz essa “receita” num Chevette 75, quatro marchas... o “bicho” alcançava 150 km/h em terceira marcha, isso quando o veneno ainda não estava completo, pois ainda andávamos com o carburador original do Chevette (corpo simples) e com o coletor de escapamento também original. A receita consiste em transformar o motor do Chevette num 1.7 litros. Como isso? Veremos a seguir, e melhor, sem ter que alterar o documento, já que o motor é o do próprio carro:

·        Preparação do bloco do motor – o ideal é comprar outro bloco, já meio “detonado” de preferência (guarde o seu para o caso de depois querer voltar o motor ao original) porque sai mais barato e, pelo o que vai ser feito, não faz diferença se é novo ou já bem usado (tanto faz se é de motor 1.4, 1.6 ou 1.0). Em seguida manda-se o bloco para uma retífica onde será feito um serviço “especial”: a abertura dos cilindros para que caibam as camisas e os pistões do Monza 1.8. 


O que será feito em seguida é a montagem desses pistões e anéis do Monza nas bielas do Chevette. Monta-se o motor normalmente. As válvulas continuarão as originais do Chevette, o que deverá mudar, para se obter uma melhor performance é o comando de válvulas, que deverá ser um 318º, como o original do Chevette 1974.


·        Coletores de admissão e carburador. – Devem se usados os mesmos tipos de coletores usados no veneno médio, só que o carburador que eu recomendo agora é nada mais nada menos que um “quadrijet”, também conhecido com “quadrifoglio”, quando usado nos Alfa Romeo 2300 nacionais , pode-se usar um ou dois carburadores desses. O carburador Weber 44  também é uma boa pedida para esta receita.






·        Sistema de Escape – Os coletores devem ser dimensionados . O restante do cano de descarga deverá ser “reto”, ou seja, sem nenhum silenciador, abafador e (muito menos) catalisador, pois cavalo que anda também faz barulho. Opcionalmente pode-se usar um abafador traseiro 

·        Velas de Ignição e cabos de vela – Sugiro aqui velas de boa qualidade, de preferência as de quatro eletrodos, usadas em motores de aviação. Essas velas proporcionam uma queima mais completa da mistura ar combustível, o que resulta em respostas mais rápidas e uma relativa economia de combustível. Cabos de vela eu sugiro os supressivos e siliconados, a sugestão que eu vou dar é um pouco cara, mas vale o investimento: prefira os cabos importados da marca Accel.

·        Filtro de ar e respiro do óleo – É só usar os esportivos de sua preferência e de boa qualidade.

·        Radiador de óleo – Num veneno como este é quase que indispensável o uso de um bom radiador de óleo. É ele o responsável por refrigerar o óleo do motor, não deixando assim que ele “afine” muito. Podem ser encontrados muitos modelos de radiadores de óleo.




CUIDADO IMPORTANTÍSSIMO: Ajuda muito a utilização de aditivos de radiador de boa qualidade e cerca de 100 ml de Molykote (bissulfeto de molibdêmio) no motor a cada troca de óleo, que deve ser sempre entre 3.000 km e 5.000 km. O óleo é outro item importante: só use óleos de boa qualidade, com aditivação SJ ou superior. Não é necessário o uso de óleo sintético, basta apenas um óleo de boa qualidade e respeitar as trocas.

MAIS UM CUIDADO IMPORTANTÍSSIMO: Como esta receita se trata de um aumento volumétrico do motor, o que acaba por afinar as paredes dos cilindros, é importante ter muito cuidado, evitando acelerações muito bruscas e aumentos de temperatura. Este veneno é somente para atingir boas velocidades de cruzeiro, e não para arrancadas. Só para traçar um paralelo com o mundo das motos: esse veneno é como se fosse o motor de uma Harley Davidson: deve-se estar sempre em baixa rotação, mas é assim que ele funciona atingindo boas velocidades e mantendo-as; não é uma Suzuki 1.100, onde se tem uma ótima arrancada, em altíssima rotação, mas não consegue manter a velocidade máxima por muito tempo, pois corre-se o sério risco do motor it “para o pau” em “três tempos”.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PALAVRA DE CAMPEÃO


          Ao longo dos anos a revista Quatro Rodas, publicação da Editora Abril, realizou alguns testes com todos os modelos de automóveis nacionais, sendo, por algumas ocasiões, estes testados por grandes nomes do automobilismo mundial.
          Aqui apresentaremos as opiniões de três ilustres automobilistas a respeito do Chevette, em três épocas distintas... Os três profissionais que veremos a seguir foram unânimes ao elogiar a estabilidade e o comportamento dinâmico do pequeno GM; o senão ficou por conta do alto nível de ruído (que para alguns de nós, Chevetteiros, não chega a ser um incômodo).




EMERSON FITTIPALDI
País de Origem: Brasil
Títulos Importantes: Campeão Mundial de Formula 1 nos anos de 1972 e 1974; Campeão Mundial de Formula Indy em 1989.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1975
Modelo Testado: Chevrolet Chevette 1975




“... pode-se entrar bem forte nas curvas que ele se mantém equilibrado.”


           “O Chevette é um carro sensacional, moderno, que considero um dos melhores em sua categoria. É uma copia do Opel Kadett, com estilo agradável, moderno e bom espaço interno. Sua principal característica é a de ser seguro e ter boa estabilidade, talvez a melhor dos carros pequenos nacionais.

            Seus freios a disco nas rodas da frente são muito bons e param o carro com segurança. O único problema é que as molas são um pouco duras para a utilização normal nas ruas, por isso ele pula muito. Perdeu em conforto, mas ganhou em estabilidade, pois pode-se entrar bem forte nas curvas que ele se mantém equilibrado. Acho que é um dos mais seguros carros nacionais.
            Esse modelo estava equipado com vários itens opcionais que o tornavam um carro de luxo, de acabamento bem superior ao do Standard. Por isso, os instrumentos do painel – com velocímetro, marcador de temperatura do motor e nível de gasolina – estavam completados pelo relógio de horas. São instrumentos bem desenhados, modernos e agrupados de tal modo que a leitura fica muito fácil. O mesmo ocorre com as luzes de aviso, de fácil identificação.
            Outra boa solução é o acionamento do limpador de pára-brisa e pisca-pisca, que ficam ao lado da direção, bem à mão, assim como a mudança de facho alto e baixo dos faróis.         O Chevette tem uma direção muito segura, relativamente rápida, com volante de bom tamanho e fácil empunhadura. Os bons freios param o carro rapidamente, sem puxar para os lados, mostrando que existe equilíbrio entre as rodas dianteiras e traseiras.
        O desempenho do Chevette também pode ser considerado bom. Tem um motor de pequena cilindrada mas de concepção muito moderna, com o comando de válvulas no cabeçote, de alta rotação, que lhe permite boa aceleração. A velocidade final, em torno dos 130 km/h, também é boa para um carro dessa categoria.
            A transmissão também é muito boa. Tem câmbio de fácil engate, com boa colocação da alavanca num console (opcional). As marchas são bem escalonadas, aproveitando bastante o torque do motor, principalmente nas acelerações iniciais.
            Embora seja um carro pequeno, tem um bom espaço para a bagagem no porta-malas, que é superior ao de muitos carros grandes. O estepe, colocado lateralmente, pode ser removido com facilidade, mesmo quando o porta-malas está cheio.
            Uma das coisas que não agradam é o nível de ruído interno, pois o motor faz muito barulho porque as vibrações são muito altas. Não adianta fechar os vidros porque o barulho continua alto.
            Tem uma boa posição para o motorista, com volante de fácil manejo, assim como os pedais de comando, mas fica prejudicado pela falta de regulagem do encosto. Seu conforto, apesar de ter bom espaço para cinco pessoas, é prejudicado pela dureza das molas. Se não fosse isso, que provoca muitos pulos do carro, o conforto seria bem melhor.
            O acabamento pode ser considerado bom, principalmente nesse carro com vários equipamentos opcionais. Tem um painel bem desenhado e moderno. Enfim, seu conjunto agrada bastante.”

A suspensão dura prejudica o conforto, mas contribui para que ele seja, provavelmente, o mais estável dos pequenos carros nacionais

Os freios a disco na frente são muito bons.













Ele tem um nível de ruído interno alto demais.


















JODY DAVID SCHECKTER

País de Origem: África do Sul
Título Importante: Campeão Mundial de Formula 1 em 1979.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1978
Modelo Testado: Chevrolet Chevette 1978







“... muito gostoso para se dirigir depressa numa estrada sinuosa.”



          “Junto com o Alfa Romeo, este é o carro mais estável entre os sete testados; extremamente firme e seguro nas curvas, fácil de controlar e muito gostoso para se dirigir depressa numa estrada sinuosa.
            O desempenho, no entanto, é apenas regular, por causa do motor pouco potente – o  que não chega a comprometer muito em função de seu preço.
            O câmbio é muito bom, com boa posição da alavanca e engates precisos e suaves. Os freios também são muito bons, embora segurem muito mais as rodas da frente que as de trás. O acabamento é regular, e o conforto na frente é bom, mas não para quem vai no banco de trás. Posição de dirigir e instrumentos também são regulares, e o estilo é bom, embora não tenha nada de muito especial .
            Acho, aliás, que o estilo americano da frente não combina muito com o europeu da traseira: parecem metades de dois carros diferentes.
            Acho importante considerar, no entanto, que este é um carro pequeno – e estamos na era dos carros pequenos. Ele tem, por exemplo, tudo o que o Dodge oferece, e por um preço bem menor”.


“O Chevette é firme e seguro nas curvas, fácil de controlar e muito bom para dirigir numa estrada sinuosa.”




AYRTON SENNA DA SILVA
País de Origem: Brasil
Títulos Importantes: Campeão Mundial de Formula 1 nos anos de 1988, 1990 e 1991.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1984
Modelo Testado: Chevrolet Chevette SL 1984








“A estabilidade é muito boa, mas não se trata de um carro muito macio. Digamos que está num ponto intermediário, o que me agrada.”



          “O Chevette possui o melhor câmbio entre os carros avaliados. Em relação ao Monza, da mesma fábrica, apresenta o engate da quinta marcha fácil e preciso. Apenas achei o motor muito barulhento. Não fosse esse detalhe, daria uma nota bem melhor ao nível de ruídos internos, pois considerei o material de acabamento de boa qualidade.
            Os freios não reagiram bem, exigindo muito esforço no pedal até começarem a serem acionados. A posição de dirigir é agradável. Banco confortável, gostoso. O volante está numa boa posição, mas nas curvas a gente tem que apoiar o corpo no console ou na porta para não cair do banco. A estabilidade é muito boa, mas não se trata de um carro muito macio. Digamos que está num ponto intermediário, o que me agrada. O Chevette mostra um painel incompleto, com ausência de vários instrumentos, mas sem ser desarrumado como outros carros. O volante tem boa empunhadura e o acabamento interno me pareceu de boa qualidade. Quanto ao estilo, me agrada.”

“Nenhum outro apresenta um câmbio tão preciso, com uma quinta marcha fácil. Mas o ruído do motor...”.