Muito se engana quem pensa que uma caminhoneta derivada do Chevette é privilégio de brasileiro. Bem verdade que nem os norte-americanos, nem os europeus não tiveram uma versão de carga do pequeno clássico mundial da GM.
Ao que tudo indica, as primeiras caminhonetas Chevette surgiram quase que simultaneamente em dois continentes diferentes: por volta de 1977, na Coréia do Sul, no Equador e no Uruguai.
Comecemos pela mais longínqua: a sul-coreana, chamada Saehan Max. Seu fabricante, a Saehan, era, na verdade, uma subsidiária da compatriota Daewoo, que fabricou o Chevette sob o nome de Daewoo Maepsy-Na, de 1982 a 1989 (que foi substituído pelo Daewoo Le-Mans, cópia do Chevrolet Kadett brasileiro). Durante este tempo a Saehan fabricou uma caminhoneta derivada da plataforma do Chevette, porém, com a dianteira muito diferente da do carro que lhe deu origem, e muito semelhante à do Buick Opel norte-americano (parecido com o Chevette "Tubarão", brasileiro).
Havia também certas distinções estruturais e mecânicas, já que enquanto o sedan Maepsy-Na, fabricado posteriormente, contava com um motor de 1,5 litro e cerca de 65 CV de potência, a caminhoneta Saehan Max contava com um motor de 2 litros e cerca de 90 CV de potência, lançando mão de um diferencial mais curto, para lhe dar maior torque e melhor performance quando totalmente carregada. Estruturalmente o Saehan Max contava com reforços no seu monobloco, que fazia-o comportar-se com um chassi, propriamente dito, como nas caminhonetas de grande porte (Ford F-250, Dodge Ram e outras mais), permitindo que o compartimento de carga fosse totalmente independente da cabine, podendo, até mesmo, ser removido (coisa que não acontece na Chevy 500, brasileira).
A Saehan Max chegou a ser comercializada em alguns países da América do Sul, como Equador, Venezuela, Colômbia e Uruguai... em alguns deles sob o nome de Saehan Gemini (o mesmo nome do "Chevette" japonês e australiano).
Foram justamente no Equador e no Uruguai que as outras caminhonetas Chevette surgiram, antes mesmo da brasileira Chevy 500.
No mesmo ano de 1977 surge, no Equador, o Aymesa Pick-up Powered by Chevette, derivada do Aymesa Cóndor. O Aymesa Cóndor era, na verdade, Chevette fabricado no Brasil que recebia um kit em fibra de vidro que o deixava com a dianteira muito semelhante à do Vauxhall Chevette fabricado na Inglaterra... Havia também a versão coupé, semelhante ao Kadett C coupé, alemão, porém com a frente inspirada no Chevette inglês.
Aymesa Cóndor - "fabricado" no Equador |
Aymesa Cóndor Coupé GT |
O Aymesa Pick-up nada mais era do que um Cóndor transformado em caminhoneta, que recebia um novo painel traseiro, em fibra de vidro e o mesmo motor de 1,4 litro e 68 CV de potência, fabricado no Brasil, também presente no Cóndor.
Em 1979 surge, no Uruguai o Imesa Pick-up, que nada mais era do que uma cópia do Pick-up equatoriano Aymesa.
No ano seguinte surge a versão cabine dupla, adiantando uma tendência que só se viu trinta anos depois, no Brasil, com o lançamento do Fiat Strada cabine dupla. No entanto, este modelo tinha como peculiaridade o painel frontal do Chevette brasileiro daquele ano, apesar de o sistema de abertura do capô continuar como no Chevette inglês.
desculpas, galera... não achei uma foto de um Imesa Pick-up cabine dupla em melhores condições. |
Esses modelos uruguaios de cabine dupla logo começaram a ser fabricados pela Grumett, a mesma que fabricava o Grumett Coupé (carroceria do Opel Kadett C coupé, alemão; com frente do Vauxhall Chevette, inglês; lanternas traseiras e motor do Chevette 1,4 litro, brasileiro), assim que foi decretada a insolvência da Imesa.
Grumett Coupé |
Somente em 1983 surgiu aquele que foi o mais longevo "Chevette de carga" do mundo: o Chevrolet Chevy 500, fabricado no Brasil e exportado aos países-irmãos sul-americanos, onde ganhou o nome de GMC 500 e de Chevrolet Cargo, no Equador, e que só foi aposentar-se em 1995.
Show de bola !! Tenho uma Chevy e já sabia de algumas coisas que postou acima. Mas nem de longe desconfiava de uma versão cabine dupla !!
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa.
Abraço.
Dubasan
ola blza campeao,cara me emocionei com aquele texto entre a diferença do carro velho para um carro novo! tenho um chevette SE 1986 model 87 azul escuro.e é o primeiro carro que tenho com meus 21 anos!depois de conhecer tua pagina abriu meu horizonte de como deixar mmeu carro original porem lindo e chamativo ao desfilar por ai!é muito bom saber que existe pessoas assim e que acreditam em sonhos como todos nos que temos carros de epoca! henrique de bragança paulista.
ResponderExcluirque bom saber que ainda temos pessoas que pensam em resgatar um pouco da história de nossa indústria automobilística... Boa sorte com o Chevette SE, Henrique, afinal de contas, trata-se de uma raridade (foram poucos os SE produzidos, ainda mais o teu que é ano 86, modelo 87... no final de 1987 ele deu lugar ao SL/E). E se precisar de alguma ajuda com a restauração, não hesite em procurar-nos.
ExcluirAbraço.
Não sabia que este carro foi fabricado em outros países.
ExcluirExcelente!! Não sabia que existiu um modelo de Chevette DL 92, 93, se estendendo até 94 na versão 4 portas! Possuo um Chevette SL/E ano modelo 87/88 que apenas coloquei detalhes para deixá-lo todo original e até onde sei sua produção 4 portas foi de 84 SL até 86 e raríssimos 87 e 88 SL/E. Como descrito na pesquisa acima, precisei de um veículo de carga adquirindo uma Chevy 500 DL ano modelo 93, que no qual estou muito satisfeito com os dois. Abrç Tiago Silva.
ResponderExcluirbelo carro o grumett cupe!
ResponderExcluirBoa tarde a todos . meu adorei a matéria tenho uma chevvi 88 e estou restaurando aos poucos . tenho a mecanica dela retificada completa original a alcool , mas ja mudei de idéia ao ler sua materia sobre subistituir por motor de opala 4 cil .e é oque vai ser feito . minha pergunta é sobre o diferncial qual adaptação a ser feita pra usar o orignal do opala .
ResponderExcluirDaniel araçatuba ozvendas@hotmail.com
Bom día. vejo que VCs no brasil nao tem muita informacao no que acontece fora das fronteiras. A firma Autopiezas foi a divisao industrial da concesionaria Espósito de Montevideo (Uruguay). Porém , fizeram já em 1969 sobre mecánica Vauxhall Viva as Grumett SL , picape cabine dupla que foi 30 anos após copiada pela Strada. Foram evoluindo os modelos com Peruas, Furgoes e até algumas Coupes isoladas. O desenho (uruguaio) era em fibra de vidro (ncluindo portas) baseado no visual do Kadett alemao (anterior ao Chevette). Porem em 1975 foi lancada , também com base nos Vauxhall Chevette ingleses (mais mecánica brasileira) , primeiro a perua chamada 250M que evolui para a Color em 1980 (muito antes que a Marajó!). Em 1978 sai a Coupé das fotos (pegadas da minha web www.geocities.ws/autosuruguayos) e a pick up (bastante antes que a Chevy 500 né???). As picapes foram exportadas para Centro America, o Caribe e Argentina. E um pouco antes foi fornecida tecnologia para desenvolver modelos própios da Aymesa (em Ecuador) . Se enviaran moldes, pessoal , pecas, ecc. para gerar os Aymesa Gacel , Gala e Condor. Quando GM Uruguay deixou de fornecer mecanicas para Autopecas importando Chevettes do brasil , Autopecas deve fechar as portas. Os tecnicos (galegos) voltaran a Espanha e fundaran Industrias Mecanicas Espanholas (Imesa) para produzir uma picape baseada no Seat Ronda, tambem em fibra . mais o mercado era ainda muito novinho e os Irmaos Catoira deveran fechar o emprendimento. Uma Imesa chegou ao Uruguay e roda ainda. Sds.
ResponderExcluirGrumett nascido antes Aymesa e exportados tudo para que os nossos modelos fabricados Aymesa uruguaios
ResponderExcluirTenho um chevette 1974 Rosa Pantera e gostaria de saber um pouco mais sobre a historia dele, poderia me ajudar?
ResponderExcluir+ en facebook: Aymesa Cóndor Powered By Chevette
Excluirhttps://www.facebook.com/pages/Aymesa-C%C3%B3ndor-Powered-by-Chevette/1380388345531220?fref=ts
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