É fato sabido, e comprovado por muitos proprietários e mecânicos, que o pequeno motor do Chevette brasileiro reserva muita potência; sendo de uma facilidade extrema “tirar” uns cavalos a mais deste trem de força, bastando algumas poucas trocas de algumas poucas peças para isso, como, por exemplo, um carburador pouco maior, obtendo-se assim, ganho superior a 10 HP.
Durante o seu primeiro teste completo, na avaliação da revista Quatro Rodas, da editora Abril, em maio de 1973, isso foi confirmado. Segundo a publicação, o Chevette vinha com o motor “amansado” pela fábrica, como nos confirma o texto abaixo, extraído da tal edição:
“O motor do Chevette é do tipo cross-flow (fluxo cruzado). Isso significa que o sistema de alimentação faz a mistura ar-combustível entrar por um lado, enquanto os gases queimados escapam pelo outro.
Além disso, o motor tem comando de válvulas no cabeçote. As válvulas de admissão são de diâmetro grande para os 1.400 cc de cilindrada: 39 mm. As válvulas de escape medem 36 mm de diâmetro e o comando tem os seguintes valores medidos sem folgas: 44, 94, 54 e 84 graus, com um total de 318 graus de permanência. Em outras palavras, o motor do Chevette tem muita “raça”, porém adaptado para andar na rua de uma forma que deve lhe proporcionar vida longa.
Assim o carburador usado pela GM (Solex 32 com ventury 27 ou DFV 32 com ventury 28) é propositadamente pequeno para estrangular o motor e torná-lo suficientemente manso. Com a adoção experimental de um Weber duplo 48, a GM fez os 68 HP do motor passarem para 102 HP.”
Ainda na mesma edição, Quatro Rodas escreveu, quanto à dirigibilidade do Chevette:
“Quem tem prazer em dirigir vai gostar do Chevette, um carro bem jeitoso. Ao contrário do que o comando no cabeçote poderia sugerir, seu motor tem bom torque nas baixas velocidades – a 40 km/h pode-se andar tranqüilamente em quarta. E quando se pisa no acelerador o motor atinge facilmente os 6.000 giros.
O diferencial e a primeira marcha são curtos, e a embreagem é do tipo “chapéu chinês”, que nunca patina. Tudo isso , mais o bom torque nas baixas velocidades, permitem uma arrancada violenta. É possível fazer os pneus cantarem até na passagem para a terceira marcha.
Mas, para um melhor aproveitamento de suas características, o Chevette poderia ter as duas primeiras marchas mais longas. De qualquer forma, ele acelera bastante com seus 1.400 cc e 880 kg em ordem de marcha (818, kg, segundo a fábrica). Muitos carros de motor maior ficam para trás no ‘pulo’ do Chevette.”
Isso explica como eu conseguia deixar muitos Volkswagen 1.6 e 1.8 "na poeira".
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