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sexta-feira, 22 de julho de 2011

O CHEVETTE ANTIGO E OS IMPORTADOS

Neste "post" não venho publicar nada específico sobre o nosso querido clássico da GM, mas sim apenas observar uma curiosidade que acontece nas ruas da minha cidade.
Não, não vou malhar o trânsito e os pseudo-motoristas, cada vez mais inaptos a conduzir um automóvel, mesmo a baixa velocidade (não sei se isso acontece no Brasil inteiro, mas aqui em Sorocaba sinal de seta e espelhos retrovisores são equipamentos cada vez menos usados pelos motoristas, chegando quase a se tornarem equipamentos obsoletos)... mas isso já é assunto para outra crônica, em outro blog.
Aqui venho falar sobre os pontos positivos de possuir um automóvel antigo:
Poucos dias atrás resolvi, finalmente, colocar minha família dentro do meu velho Chevybrown (meu Chevette marrom, de 1979) para um passeio curto, dentro da cidade mesmo, até a casa de meus sogros.
Caros leitores. Posso dizer, sem medo, que foi uma sensação quase orgásmica ser notado por todos na rua, como se dentro do velho "Chevettinho" estivesse alguma celebridade: No trânsito não tinha uma só pessoa que deixasse de olhar o belo carrinho... Mesmo porque, triste constatação, os Chevettes que têm por aqui, em sua grande maioria, estão em petição de miséria, uma verdadeira pena.
Sim, gente, há uma enorme diferença entre carro velho e carro antigo: ao desfilar em um carro antigo o seu veículo divide atenção, sem exagero algum, com máquinas caras e reluzentes, como foi o caso quando parei em um semáforo ao lado de um reluzente Chrysler 300 C (na minha opinião um dos carros mais bonitos que se fabrica hoje em dia) e reparar que tinha mais gente olhando  para o Chevette do que para o bólido norte-americano, mesmo com o meu carro faltando, ainda, muitos pormenores por fazer.

















Sim, também me pareceu um tanto absurdo, e até discrepante, essa divisão de atenção por parte do público em geral... Mas o ponto alto mesmo foi chegar à casa dos meus sogros. Explico o porque:
Minha sogra é tem verdadeira aversão por carros antigos (talvez pelo fato do meu sogro ter tido um DKW nos tempos de namoro... e não há laquê ou perfume que cubra o cheiro de óleo que invade o interior destes carros, chegando a impregnar nos cabelos e nas roupas dos passageiros e do motorista), me dando broncas cada vez maiores quando o entrava em pauta o quanto estava (e ainda estou) gastando na reforma do Chevette. Algum tempo atrás estava comentando com ela a minha intenção de comprar um Omega ou uma Suprema, já que a família vai aumentar (Lorena, minha filha, já vai nascer daqui três semanas, e o pequeno Ford Ka mostra-se insuficiente para carregar toda a indumentária entre cadeirinha, carrinho, bolsa de fraldas e et cetera, já que temos, também um filho de 17 anos). Qual não foi minha surpresa, ao chegar na casa dela e ouvir dela mesma que não precisaria comprar outro carro, já que o Chevette está lindo, melhor que muito carro zero quilômetro(!).
Propostas? Recebi aos montes! Nos semáforos, no supermercado, e até mesmo meu vizinho (que, por sinal, tem uma Mercedes Benz 450 SEL de 1975 de arrancar suspiros).
É, leitores, tudo para mostrar que vale, e muito, a pena reformar um carro antigo, seja ele qual for: resgatamos a história da indústria, nos distraímos com um hobby bem salutar (apesar de dispendioso), somos vistos como celebridades na rua e até conseguimos um feito que nem Freud consegue explicar: amansar a sogra!
Só um conselho eu dou para quem pretende reformar um carro antigo: Não façam as contas no final!!! É de enlouquecer!!! Não segui esse conselho e descobri que, até agora, com a grana que foi investida no Chevette dava para comprar não uma, mas duas Suprema série especial Diamond 4.1 com direito a banco de coura, teto solar, painel digital e otras cositas más.
Mas que valeu a pena, valeu... E muito!!!














sexta-feira, 1 de julho de 2011

NA TERRA DO SOL NASCENTE

Quem diria que o nosso Chevette invadiria também o solo japonês? Sim, é verdade... Tudo começou em 1971, quando a General Motors arrebanhou grande parte das ações da industria automobilística nipônica Isuzu, pretendendo, desde então, concretizar o conceito de "carro mundial". 
A GM ainda é "dona" da Isuzu... vide o utilitário Isuzu Hombre, muito parecida com a nossa S-10 que, por sua vez, não guarda muita semelhança com a S-10 norte-americana.

Isuzu Hombre, muito semelhante à S-10 brasileira

Mas, voltando ao nosso assunto (Chevette), o pequeno GM começou sua carreira nas terras dos samurais substituindo um grande sucesso da indústria japonesa de automóveis: o Isuzu Bellet... Tanto que, em seu primeiro ano de mercado o Chevette japonês era vendido com o nome de Isuzu Bellet Gemini, para, somente em 1976, dois anos após seu lançamento, assumir a nomenclatura Isuzu Gemini.

Isuzu Bellet - antecessor do Gemini, o Chevette japonês


O Isuzu Gemini, ainda chamado Isuzu Bellet Gemini, surgiu em novembro de 1974, equipado com um motor quatro cilindros, SOHC, 1,6 litro e 70 CV de potência; havia também a opção de um motor À diesel, também de quatro cilindros, 1,8 litro e  praticamente com a mesma potência do 1,6 litro à gasolina. As opções de carrocerias eram apenas duas: sedan de quatro portas e coupé fastback de duas portas.




O novo modelo da Isuzu assemelhava-se muito com o modelo alemão (Kadett C), mas guardava uma peculiaridade, comum aos carros japoneses da época: os espelhos retrovisores afixados nos pára-lamas dianteiros, para que assim o motorista não precisasse "tirar os olhos da estrada" ao verificar o trânsito atrás dele.

























Ainda em 1976 o Gemini ganhou uma versão esportiva, o Gemini ZZ-R, em duas ou quatro portas, com o mesmo motor de 1,6 litro, só que mais afinado, chegando perto dos 90 CV de potência.




















Em 1978 o Gemini recebe seu primeiro face-lift, ganhando novos conjuntos ópticos, dianteiros e traseiros; novo painel frontal; novos pára-choques; entre outras novidades... Foi neste mesmo ano em que deixou de ser exportado para os Estados Unidos, onde era vendido sob o nome Buick Opel.




















Em 1980 a versão ZZ-R finalmente ganha um motor a altura de um pequeno esportivo "de respeito": quatro cilindros; muitliválvulas, com duplo comando; 1,8 litro e 130 CV de potência.




Neste mesmo ano o Isuzu Gemini volta a ser vendido nos Estados Unidos, só que desta vez não como um Buick Opel, e sim como um legítimo carro japonês: O Isuzu Gemini ZZ-R  ganhava o nome de Isuzu Impulse, enquanto as outras versões recebiam o nome de Isuzu I-Mark.


Em 1982 novo face-lift, apenas deixando os faróis retangulares, como já o eram nos modelos de exportação.






Em 1984 ocorre uma mudança bem radical no Isuzu Gemini: ele simplesmente torna-se outro carro, no qual não mais se reconhece semelhança alguma com o nosso Chevette.
Somente o nome Gemini foi mantido, mas agora ele é um automóvel dotado de tração dianteira e design mais atual.

Gemini 1984 - nada a ver com o "bom e velho" Chevette


Para encerrar a matéria, alguns prospectos e vídeos institucionais: