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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PALAVRA DE CAMPEÃO


          Ao longo dos anos a revista Quatro Rodas, publicação da Editora Abril, realizou alguns testes com todos os modelos de automóveis nacionais, sendo, por algumas ocasiões, estes testados por grandes nomes do automobilismo mundial.
          Aqui apresentaremos as opiniões de três ilustres automobilistas a respeito do Chevette, em três épocas distintas... Os três profissionais que veremos a seguir foram unânimes ao elogiar a estabilidade e o comportamento dinâmico do pequeno GM; o senão ficou por conta do alto nível de ruído (que para alguns de nós, Chevetteiros, não chega a ser um incômodo).




EMERSON FITTIPALDI
País de Origem: Brasil
Títulos Importantes: Campeão Mundial de Formula 1 nos anos de 1972 e 1974; Campeão Mundial de Formula Indy em 1989.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1975
Modelo Testado: Chevrolet Chevette 1975




“... pode-se entrar bem forte nas curvas que ele se mantém equilibrado.”


           “O Chevette é um carro sensacional, moderno, que considero um dos melhores em sua categoria. É uma copia do Opel Kadett, com estilo agradável, moderno e bom espaço interno. Sua principal característica é a de ser seguro e ter boa estabilidade, talvez a melhor dos carros pequenos nacionais.

            Seus freios a disco nas rodas da frente são muito bons e param o carro com segurança. O único problema é que as molas são um pouco duras para a utilização normal nas ruas, por isso ele pula muito. Perdeu em conforto, mas ganhou em estabilidade, pois pode-se entrar bem forte nas curvas que ele se mantém equilibrado. Acho que é um dos mais seguros carros nacionais.
            Esse modelo estava equipado com vários itens opcionais que o tornavam um carro de luxo, de acabamento bem superior ao do Standard. Por isso, os instrumentos do painel – com velocímetro, marcador de temperatura do motor e nível de gasolina – estavam completados pelo relógio de horas. São instrumentos bem desenhados, modernos e agrupados de tal modo que a leitura fica muito fácil. O mesmo ocorre com as luzes de aviso, de fácil identificação.
            Outra boa solução é o acionamento do limpador de pára-brisa e pisca-pisca, que ficam ao lado da direção, bem à mão, assim como a mudança de facho alto e baixo dos faróis.         O Chevette tem uma direção muito segura, relativamente rápida, com volante de bom tamanho e fácil empunhadura. Os bons freios param o carro rapidamente, sem puxar para os lados, mostrando que existe equilíbrio entre as rodas dianteiras e traseiras.
        O desempenho do Chevette também pode ser considerado bom. Tem um motor de pequena cilindrada mas de concepção muito moderna, com o comando de válvulas no cabeçote, de alta rotação, que lhe permite boa aceleração. A velocidade final, em torno dos 130 km/h, também é boa para um carro dessa categoria.
            A transmissão também é muito boa. Tem câmbio de fácil engate, com boa colocação da alavanca num console (opcional). As marchas são bem escalonadas, aproveitando bastante o torque do motor, principalmente nas acelerações iniciais.
            Embora seja um carro pequeno, tem um bom espaço para a bagagem no porta-malas, que é superior ao de muitos carros grandes. O estepe, colocado lateralmente, pode ser removido com facilidade, mesmo quando o porta-malas está cheio.
            Uma das coisas que não agradam é o nível de ruído interno, pois o motor faz muito barulho porque as vibrações são muito altas. Não adianta fechar os vidros porque o barulho continua alto.
            Tem uma boa posição para o motorista, com volante de fácil manejo, assim como os pedais de comando, mas fica prejudicado pela falta de regulagem do encosto. Seu conforto, apesar de ter bom espaço para cinco pessoas, é prejudicado pela dureza das molas. Se não fosse isso, que provoca muitos pulos do carro, o conforto seria bem melhor.
            O acabamento pode ser considerado bom, principalmente nesse carro com vários equipamentos opcionais. Tem um painel bem desenhado e moderno. Enfim, seu conjunto agrada bastante.”

A suspensão dura prejudica o conforto, mas contribui para que ele seja, provavelmente, o mais estável dos pequenos carros nacionais

Os freios a disco na frente são muito bons.













Ele tem um nível de ruído interno alto demais.


















JODY DAVID SCHECKTER

País de Origem: África do Sul
Título Importante: Campeão Mundial de Formula 1 em 1979.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1978
Modelo Testado: Chevrolet Chevette 1978







“... muito gostoso para se dirigir depressa numa estrada sinuosa.”



          “Junto com o Alfa Romeo, este é o carro mais estável entre os sete testados; extremamente firme e seguro nas curvas, fácil de controlar e muito gostoso para se dirigir depressa numa estrada sinuosa.
            O desempenho, no entanto, é apenas regular, por causa do motor pouco potente – o  que não chega a comprometer muito em função de seu preço.
            O câmbio é muito bom, com boa posição da alavanca e engates precisos e suaves. Os freios também são muito bons, embora segurem muito mais as rodas da frente que as de trás. O acabamento é regular, e o conforto na frente é bom, mas não para quem vai no banco de trás. Posição de dirigir e instrumentos também são regulares, e o estilo é bom, embora não tenha nada de muito especial .
            Acho, aliás, que o estilo americano da frente não combina muito com o europeu da traseira: parecem metades de dois carros diferentes.
            Acho importante considerar, no entanto, que este é um carro pequeno – e estamos na era dos carros pequenos. Ele tem, por exemplo, tudo o que o Dodge oferece, e por um preço bem menor”.


“O Chevette é firme e seguro nas curvas, fácil de controlar e muito bom para dirigir numa estrada sinuosa.”




AYRTON SENNA DA SILVA
País de Origem: Brasil
Títulos Importantes: Campeão Mundial de Formula 1 nos anos de 1988, 1990 e 1991.
Depoimento na revista Quatro Rodas em: Março de 1984
Modelo Testado: Chevrolet Chevette SL 1984








“A estabilidade é muito boa, mas não se trata de um carro muito macio. Digamos que está num ponto intermediário, o que me agrada.”



          “O Chevette possui o melhor câmbio entre os carros avaliados. Em relação ao Monza, da mesma fábrica, apresenta o engate da quinta marcha fácil e preciso. Apenas achei o motor muito barulhento. Não fosse esse detalhe, daria uma nota bem melhor ao nível de ruídos internos, pois considerei o material de acabamento de boa qualidade.
            Os freios não reagiram bem, exigindo muito esforço no pedal até começarem a serem acionados. A posição de dirigir é agradável. Banco confortável, gostoso. O volante está numa boa posição, mas nas curvas a gente tem que apoiar o corpo no console ou na porta para não cair do banco. A estabilidade é muito boa, mas não se trata de um carro muito macio. Digamos que está num ponto intermediário, o que me agrada. O Chevette mostra um painel incompleto, com ausência de vários instrumentos, mas sem ser desarrumado como outros carros. O volante tem boa empunhadura e o acabamento interno me pareceu de boa qualidade. Quanto ao estilo, me agrada.”

“Nenhum outro apresenta um câmbio tão preciso, com uma quinta marcha fácil. Mas o ruído do motor...”.

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