O "braço" europeu da General Motors sempre foi a Opel, da Alemanha, até esta ser vendida no auge da crise de 2008. No entanto, no Reino Unido o "braço" da GM era a Vauxhall, que fabricava em território bretão os modelos Opel.
Em 10 de fevereiro de 1975 surge aquele que seria o modelo britânico do Opel Kadett: o Vauxhall Chevette.
Ao contrário do modelo alemão, o Opel Kadett, o Vauxhall Chevette surgiu inicialmente na versão hatchback (na Alemanha essa foi uma das últimas carrocerias a surgir no Kadett), mas também tinha versões sedan de duas e quatro portas.
Além do nome, o Chevette britânico guardava algumas características comuns com o Chevette brasileiro, como, por exemplo, a placa de licença traseira ser abaixo do pára-choques, e não entre as lanternas como no Kadett alemão; outra semelhança ficava por conta do painel de instrumentos que, apesar de contar com direção à direita (caracteristicamente inglês, já que por lá o trânsito é "invertido"), é muito semelhante ao painel usado nos Chevette brasileiros à partir de 1983.
A dianteira do carro era muito peculiar, tanto em relação ao Opel Kadett alemão, quanto em relação ao Chevrolet Chevette brasileiro... Mas guardava, sim, raízes germânicas, já que era bem semelhante à dianteira do esportivo alemão Opel Manta (coupé de porte médio-grande, antecessor do Opel Calibra).
Opel Manta "B" - 1975 / 1989 |
O motor do Chevette britânico era o mesmo do Kadett alemão de época: um quatro cilindros de 1,3 litros e 65 CV de potência.
No ano seguinte, 1976, o Chevette ganha mais duas versões de carroceria: a Estate, que, cá no Brasil, chamamos de perua; e a Aero, um semi-conversível muito semelhante ao Kadett Aero alemão.
A versão Estate logo ganhou uma versão utilitária, sem janelas traseiras, e que era vendida sob a marca Bedford (divisão de veículos pesados da Vauxhall) com o nome de Chevanne.
Em 1977 o Chevette ganha uma versão muito interessante chamada HS. Tratava-se de um Chevette hatchback com apêndices aerodinâmicos, exclusivamente na cor prata, rodas e pneus mais largos e, o mais interessante, um motor de quatro cilindros, 16 válvulas e 2.3 litros, que desenvolvia 200 CV.
A nova versão do carro também foi parar nos campeonatos de rallye, numa versão especial denominada Chevette HSR. Era concorrente direto do Ford Escort e, curiosamente, também do “irmão” Opel Kadett. O Chevette foi sucesso imediato nas mãos do piloto Tony Pond, sendo campeão em 1981.
O Chevette HSR, usado nas competições, deu origem a uma nova versão, especial e limitada, em 1982, chamada Black Magic (Magia Negra), que era capaz de afrontar muitos esportivos europeus, inclusive alguns famosos, tais como BMW M3, Audi Quattro, Alfa Romeo Sprint e Mercedes Benz 190E 2.3. Os atributos do Black Magic: motor de quatro cilindros, multiválvulas, 2.3 litros e 230 CV (só para comparar: o BMW M3, de 1982, contava com um motor, também, tetracilíndrico multiválvulas, de 2.3 litros, que rendia 200 CV, trinta a menos que o Chevette Black Magic) e tração traseira, como nos melhores esportivos europeus. Externamente contava com apêndices aerodinâmicos e pintura exclusivamente preta. O acabamento interno nada devia aos esportivos de griffe: bancos de couro, painel de madeira, volante esportivo, conta-giros e outros instrumentos, como manômetro de óleo e vacuômetro.
Em 1984 a Vauxhall decide interromper a produção do Chevette, dando lugar ao Vauxhall Nova, que era, na verdade um Opel Corsa alemão com versão sedan (coisa que o Corsa não tinha), por ser um projeto mais moderno, já contando com tração dianteira.
De qualquer modo, o Chevette foi muito bem aceito e aclamado nas ilhas britânicas, tendo por lá uma verdadeira legião de fãs que conservam seus exemplares como verdadeiras jóias da coroa.
Para finalizar, alguns comerciais de época.
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