Pesquisar este blog

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

NADA DE INFORMATIVO

Pois é. Já fazia algum tempo que eu não passava por aqui... Nossa comunidade no Orkut anda meio "às traças"... Então venho a público me desculpar por aquilo que está parecendo, para nossos leitores, falta de interesse. Não é verdade! Sou, e sempre serei, um exímio interessado no assunto Chevette!
O que acontece é que essa tal "vida moderna" está me deixando um tanto sem tempo e, além do mais, 2011 entrou com uma série de acontecimentos (muitos mesmo!!) bons no cunho profissional e pessoal:
A começar pelo profissional: estou, finalmente, abrindo a minha própria empresa: a Moraes Automotiva, onde conseguirei transformar meu passatempo em trabalho rentável: auto-peças novas e usadas.
No cunho pessoal, a mais importante das novidades: em Agosto deste ano serei presenteado com o mais novo rebento da família, que minha esposa carrega, hoje, em seu ventre... Ainda não sei se é menino ou menina, mas a satisfação de ser pai, pela primeira vez, já me acerca.
Dá para imaginar, então, a correria atrás de exames médicos, pré natal, desejos alimentícios notívagos de minha esposa, além de papeladas para a abertura da minha empresa: Ao final do dia, quando finalmente consigo entrar no meu computador, já estou devidamente esgotado, trocando-o, facilmente, pela minha cama.
A novidade que tem a ver com este blog é que o bom e velho Chevybrown já está com a sua pintura pronta, restando tão somente montá-lo, fazer sua tapeçaria e a elétrica para que volte as ruas. Para ilustrar essa última novidade, eis aí embaixo umas fotos tiradas ontém, 25/01/2011, de como está o bom e velho Chevybrown.


































terça-feira, 11 de janeiro de 2011

ADAPTAÇÃO DO MOTOR DO OPALA 4 CILINDROS (151) NO CHEVETTE

            A adaptação do motor Chevrolet 151, o motor que equipava o Opala de quatro cilindros, é a mais popular entre os proprietários de Chevette que procuram no seu automóvel mais potência e mais torque. E também é bastante utilizada por quem gosta de um carro pequeno, porém bem veloz.
            O motor 151 foi tão adaptado no Chevette em meados da década de 70 que a própria General Motors, pouco antes do lançamento do Chevette GP de 1978 (foto abaixo), tinha planejado lançá-lo sob o nome de Chevette GP III (há quem diga que seria chamado de Chevette SS), que iria utilizar o já tão famigerado motor do Opala quatro cilindros. Para isso a GM já havia até mesmo encomendado um lote de diferenciais específicos para o carro junto à indústria de câmbios ZF. A idéia era muito boa e já entusiasmava os futuros proprietários, mas o golpe derradeiro da crise do petróleo em 1979 acabou por adiar o lançamento desse sonho de consumo.  Cogitou-se até mesmo aproveitar a idéia no Chevette S/R, mas o plano mostrou-se inviável, já que a gasolina continuava cara e a concorrência estava fazendo esportivos com motores de baixa cilindrada (Corcel GT, Passat TS, Fiat 147 Rallye).




































Mas, vamos ao que interessa. Vejamos como deve ser feita a adaptação do motor Chevrolet 151 no Chevette.


Caixa de Câmbio

            Não é necessária a troca da caixa de câmbio original do Chevette, já que ela é basicamente a mesma do Opala. Só recomendamos a troca no caso da caixa original ser de quatro marchas, aí recomendamos a troca por uma de cinco, para melhor aproveitamento do motor.
            O motor quatro cilindros do Opala encaixa-se como uma luva na caixa de câmbio do Chevette, mas para isso é necessária a troca de alguns componentes. Os destacamos abaixo:

·         Caixa Seca
·         Eixo Piloto
·         Luva
·         Garfo de Embreagem

Todos os itens acima devem ser substituídos pelos originais do Opala quatro cilindros.


Embreagem

            O conjunto original do Chevette deve ser substituído pelo conjunto original do Opala quatro cilindros.


Protetor do Cárter (peito de aço)

            Um detalhe muito importante a ser visto. O motor do Opala tem um cárter maior, o que pode resultar no toque do mesmo contra o protetor de cárter quando o motor vibra ou força os coxins nas acelerações, o que acarreta ruídos e pode causar danos no futuro. Deve-se, portanto, moldar o protetor do cárter do Chevette para que isso não aconteça. A moldagem pode ser feita através de batidas, preferencialmente com marreta de borracha.


Radiador

            O radiador original do Chevette não se mostra suficiente para arrefecer o motor do Opala. Portanto, para evitar problemas de superaquecimento, é necessária a sua troca. A opção mais barata, e bem eficiente, é a troca do radiador original do Chevette pelo radiador original do Opala, mas o mais recomendável é a confecção de um novo radiador, feito sob medida, para melhor encaixe no Chevette.

Diferencial

            Se o uso do carro for um uso “tranqüilo”, pode ser que a troca dessa peça não se faça necessária. No entanto, é recomendável a substituição pelo diferencial do Chevette Hidramático (peça raríssima no mercado) ou o da Chevy, sendo que este último sofre algumas limitações por ter relações mais curtas, o que faz com que o carro tenha uma ótima aceleração, mas fique devendo um pouco na velocidade final. Se for possível a adaptação do diferencial do Opala quatro cilindros no eixo carda e semi-eixos do Chevette: Maravilha! Fica na medida... Só que é uma adaptação mais trabalhosa e, portanto, mais cara.

Suspensões

            Não é necessário alterar a suspensão traseira. A dianteira pode apresentar algum sinal de que seja preciso algumas alterações devido ao maior peso do motor do Opala. Mas nada de muito difícil de fazer: apenas a substituição de molas e amortecedores por outros mais rígidos.

Cano de descarga.

            O motor do Chevette é do tipo fluxo cruzado, chamado de “cross flow”, onde a mistura ar-combustível entra por um lado do bloco do motor e os gases de escapamento saem pelo outro lado. Já no motor Chevrolet 151, de concepção mais antiga, de fluxo descendente, isso não ocorre e, com isso, será necessária a confecção de um novo cano de escape, pois no Chevette esse cano fica à direita do carro, já no motor Opala fica do lado esquerdo do carro.


Conclusão.

            Como visto, a adaptação do motor Chevrolet 151 no Chevette é das mais fáceis de serem feitas. Com isso o Chevette ganha bastante em torque e razoavelmente em potência. Caso se queira incrementar a potência do motor, recomendo o uso de um carburador Weber 44 com filtro de ar esportivo (conforme foto abaixo). Caso se queira aumentar um pouco mais a potência, pode se utilizar coletor de escape dimensionado e coletor de admissão especial, para o uso de dois desses carburadores.








segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CHEVETTE ESPORTIVO PELO MUNDO

Neste post discorreremos sobre o Chevette e os modelos "irmãos", em variantes esportivas, espalhados pelo mundo. Como descrito em um post anterior, o Chevette é descendente de um modelo experimental da Opel alemã, que era, até a crise de 2008, o braço europeu da General Motors ...Tanto que os atuais modelos GM brasileiros ainda carregam a "genética" alemã, como ocorre no Corsa, Vectra, Astra (estes dois últimos, atualmente utilizam a mesma plataforma do Opel Astra 2003 alemão), Classic, Agile e Montana (estes três têm a plataforma do Opel Corsa de 1994)... Como a Opel ainda fazia parte do grupo GM, o Chevette logo ganhou o mundo. E, em tempos em que a crise do petróleo era uma realidade tangível, nada melhor do que esportivos pequenos, baseados no pequeno T-Car (nome interno da plataforma do Chevette).

Comecemos pela Alemanha, onde o Opel Kadett C foi um automóvel realmente popular. Lá tínhamos, em 1975, duas variantes esportivas do Kadett.

A primeira era, na verdade, um Kadett que utilizava o mesmo motor de 1.300 cm³ de cilindrada e 65 CV dos modelos "comuns", mas que tinha, em sua carroceria, uma notável pretensão esportiva. Era ele o Opel Kadett Aero, que era, na verdade, um modelo com uma carroceria no estilo "Targa", que logo foi muito bem copiada pela Envemo, aqui no Brasil (ler post "Modelos Raros Parte I").


Já a segunda, também surgida no mesmo ano de 1975, era o Kadett GT/E. Sua carroceria era no estilo "fastback", que nunca veio para o Brasil, apesar de ter sido cogitada, ainda em 1975, para o Chevette concorrer mais diretamente com o Volkswagen Passat. Com seu motor de 2.000 cm³ de cilidrada e 120 CV de potência (muito parecido com o do nosso Chevrolet Monza), o Kadett GT/E foi, quase que imediatamente ao seu lançamento, um sucesso nos rallyes europeus.










































Mais tarde, em 1977, surge o Opel Kadett Rallye, ou Opel Rallye, como ficou conhecido na Alemanha. Com a mesma carroceria fastback do GT/E, o Rallye tinha duas opções de motorização: uma de 1.600 cm³ de cilindrada e 70 CV e a mesma 2.000 cm³ de cilindrada e 120 CV do GT/E. Diferenciou-se deste último por trazer pintura em um tom só (o GT/E sempre tinha uma pintura estilo "saia e blusa" com a parte superior em amarelo e a inferior em preto ou branco) e uma enorme faixa lateral com a inscrição "Opel Rallye". Sua frente era a mesma para o restante da linha, que havia mudado no próprio ano de 1977, com faróis retangulares e as luzes de direção ladeando-os.

























Da mesma Alemanha, em 1975, saíam os modelos esportivos para a América do Norte: Buick Opel Sport (sedan de quatro portas) e Buick Opel Sport Coupé (carroceria  fastback). Eram, na verdade, Opel Kadett que recebiam modificações para enquadrar-se na legislação de trânsito norte-americana (à época bem mais rígidas que as do resto do mundo), com a motorização de1.600 cm³ e 70 CV potência.

A única modificação se deu no painel dianteiro, em 1977, dois anos antes de sua importação ser cessada nas terras do Tio Sam.


Em 1795 surge, na Argentina, o Opel K-180 Rally, com o mesmo motor de 1.800 cm³ de cilindrada e 86 CV de potência (derivado do motor do nosso Opala quatro cilindros) do restante da linha. Como o Opel  K-180 possuía uma única versão no país do tango, o K-180 Rally segui o padrão de carroceria do restante da linha: era um sedan de quatro portas, porém com adereços como faróis de milha, faixas na pintura, pára-choques pintados de preto (ao invés de cromados) e conta-giros no painel.


No mesmo ano de 1975, no país vizinho, o Brasil, surge o Chevrolet Chevette GP, em homenagem ao primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1 realizado nas terras de Cabral, em Interlagos. À época o Chevette só possuía a versão sedan duas portas, e foi nessa configuração, com faixas laterais com a inscrição "GP", faróis de neblina integrados à grade dianteira, rodas 1/2 polegada mais largas, conta-giros no painel, console com instrumentos de medição, espelhos externos exclusivos, que o Chevete brasileiro surgiu em sua variante esportiva. No entanto, o motor era o mesmo do restante da linha: 1.400 cm³ e 65 CV de potência


Dois anos depois, o Chevette GP passa a se chamar Chevette GP II. O "novo" modelo  em quase nada era novo, a não ser pelas novas rodas e por uma nova giclagem em seu carburador, que fazia sua potência ir para a casa dos 68 CV de potência.


Para 1978 a versão esportiva do Chevette volta a se chamar GP, e recebe a dianteira nova do restante da linha, em cunha e com duas grades (com os faróis de longa distância integrados, exclusividade dessa versão).

Em 1981 a versão esportiva passa a ter a carroceria hatchback, recém lançada, e muda sua nomenclatura para Chevette S/R. Pintura em cores exclusivas (preta  ou prata) com faixa degradê da linha de cintura para baixo, apêndices aerodinâmicos, painel com instrumentação completa e motor de 1.600 cm³, carburador de corpo duplo, com 75 CV de potência diferenciavam esta nova versão.



Do outro lado do mundo, em 1975, era lançado o Isuzu Gemini ZZ-R, muito semelhante ao Opel Kadett, alemão. A principal diferença estava no motor, que, na Terra do Sol Nascente, era um legítimo Isuzu, japonês, de 1.600 cm³ e 70 CV de potência. O principal detalhe externo que o diferenciava do Kadett eram os espelhos retrovisores, posicionados em cima dos pára-lamas, quase avançando sobre os faróis. O Gemini ZZ-R vinha nas versões sedan de quatro portas e de carroceria fastback.




Em 1978 o Isuzu Gemini recebe suas primeiras modificações na carroceria, com novo painel dianteiro e novas lanternas traseira. O motro, no entanto, continua o mesmo.


Em 1980 o Gemini ZZ-R ganha um novo motor: 1.800 cm³ de cilindrada, 16 válvulas, com duplo comando, e 130 CV de potência. Já em 1981 recebe um novo face-lift e passa a ser exportado para os Estados Unidos (somente o Gemini ZZ-R) sob o nome de Isuzu Impulse.



Na Grã-Bretanha, em 1977, surge o Vauxhall Chevette HS. Era ele um Chevette com carroceria hatchback, que usava e abusava dos apêndices aerodinâmicos e tinha, como seu principal diferencial, um motor de 2.300 cm³ de cilindrada e 180 CV de potência.

O Vauxhall Chevette HS evoluiu para o modelo de competição Chevette HSR, que lançava mão do mesmo motor, porém, mais "afinado", que rendia 200 CV de potência. Do Chevette HSR surgiu a versão "nervosa" para o público em geral (com o mesmo motor de 200 CV!), Chevette Black Magic, lançado em 1982 (ver post "A Magia Negra do Chevette"). Foi (e é até hoje), o Chevette de série mais potente produzido no mundo e o único T-Car capaz de rivalizar com BMW M3, Mercedes-Benz 190 E, Alfa Romeo Sprint, Audi Quattro e outros esportivos de prestígio.

Chevette HSR - modelo de competição



Chevette Black Magic - um HSR "de rua"

O último país a ter uma versão esportiva do T-Car foi a Austrália que, apesar de já existir Holden Gemini (bem similar ao Isuzu Gemini japonês) desde 1975, só viu surgir o Gemini ZZ/Z em 1982. Tratava-se de uma versão sedan de quatro portas, com apêndices aerodinâmicos e painel completo, porém com a mesma motorização do restante da linha, com 1.600 cm³ de cilindrada e 75 CV de potência.


E essas foram as versões esportivas dos "irmãos" estrangeiros do nosso querido Chevette, que, assim como o nosso brasileiríssimo Mini-GM, marcaram época em seus países de origem.