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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

MODELOS RAROS PARTE III

Neste blog já falamos sobre modelos raros de Chevette, mas sempre sobre aqueles que não eram "de linha", ou seja, aqueles que não saíam de fábrica.
Hoje falaremos um pouco sobre o modelo mais raro do Chevette, só que, desta vez, saído diretamente "dos fornos" da fábrica da GM de São José dos Campos. Mas, antes de tudo, um pouco de história para entender porque esse modelo é tão raro.

No final dos anos 1960 tínhamos diversos modelos de automóveis pequenos dotado de quatro portas, sendo eles o Willys Gordini, o DKW Belcar, e o Ford Corcel. A Volkswagen, mesmo tendo nas vendas do seu modelo Sedan (logo apelidado de Fusca) números superiores aos concorrentes, lançou um automóvel com a mesma robustez do Fusca, só que com quatro portas, no intuito de atender melhor ao segmento de automóvel familiar. Assim surgiu o Volkswagen 1600, mais conhecido como Zé do Caixão


Acontece que quem viu grande utilidade para o novo Volkswagen foram os motoristas de praça, também conhecidos como taxistas. Eles viram no "Zé" um veículo de manutenção barata, mecânica quase indestrutível e com maior comodidade para os passageiros do banco de trás... Tanto isso é verdade que, no início da década de 1970, no Rio de Janeiro, por exemplo, os taxis eram quase que por unanimidade VW 1600.

Vendo isso, o público consumidor de automóveis começou a criar um preconceito mercadológico, dizendo-se que quatro portas é coisa de carro grande como Galaxie, Opala e Dodge, do contrário, quatro portas em carro pequeno, é coisa de taxi.
Esse preconceito mercadológico do "Quatro portas é Taxi" perdurou por quase vinte anos, sendo quebrado somente em 1989 pelo novo lançamento da Fiat, o Premio CSL, de quatro portas.
Mas antes disso, houveram algumas tentativas de re-introduzir o conceito de automóvel pequeno com quatro portas no mercado brasileiro: a própria Volkswagen tentou com o irmão do "Zé", o TL quatro portas, com a Brasília quatro portas, o Passat e o Voyage. A Ford tentou com o Escort, logo em seu lançamento, em 1984.
Mas como esse blog trata do Chevette, falaremos, de maneira mais detalhada, desta tentativa da General Motors em introduzir no mercado um modelo pequeno de quatro portas... E esse modelo chamava-se Chevette SL.


Introduzido no mercado em fins de 1978, já como modelo 1979, esse novo produto da GM do Brasil era em parte uma tentativa para voltarmos a ter carros pequenos de quatro portas no Brasil e, em outra parte, um tiro certeiro no mercado externo.
Explica-se: Colômbia, Venezuela, Uruguai, Equador (onde o Chevette chamou-se Chevrolet San Remo), tinham preferência pelos modelos de quatro portas; e com o fim da produção do Opel K-180 (modelo visto no post abaixo deste), na Argentina, a General Motors do Brasil resolveu atacar o mercado sul-americano com um modelo do Chevette que mais agradasse aos nossos vizinhos.
No Brasil o Chevette quatro portas foi um verdadeiro fiasco, vendendo muito pouco à época (grande parte deles, fabricados em meados da década de 1980, sendo utilizados como viatura policial, sendo totalmente destruídos), mas hoje alcançando boas cifras no mercado de colecionadores.
No ano de 1983, quando o Chevette mudou radicalmente o seu design, também foi oferecida a versão quatro portas, mas essa, no Brasil, também foi um fiasco. Em compensação, em países vizinhos ao Brasil, o Chevette quatro portas era um dos carros mais vendidos... ironia ou não, largamente utilizado como taxi, principalmente na Colômbia.







Falando em raridades, incomum é encontrar um Chevette hatch, mais ainda se for um modelo fabricado entre 1983 e 1986 (a GM suspendeu a produção do hatch em 1987). A carroceira que foi uma febre durante o início dos anos 1980 acabou por perder o charme e tornar-se cada vez mais rara.

Outro modelo raro foi o Chevette com câmbio automático. Segmento inaugurado pelo Dodge Polara em 1979 (que deixou o mercado em 1982), os automóveis pequenos com câmbio automático tiveram esse único representante nacional (o Chevette) de 1986 até 1991, quando a GM resolveu cessar a produção desta versão, tornando as versões SL e SL/E em uma única, a DL, sem opção de câmbio automático.


O Chevette com câmbio automático foi um modelo com poucas unidades produzidas, mas que tem o diferencial muito cobiçado, cujo pode valer seu peso em ouro, já que é o que forma o conjunto perfeito quando se adapta o motor do Opala quatro cilindros (Chevrolet 151) no Chevette com câmbio manual.

Outra versão bem rara é a chamada de Chevette Junior. Elaborada para fazer frente ao Fiat Uno Mille, e para entrar num segmento de mercado que estava aquecendo-se (e que também pagava menos impostos), o Chevette entrou para o mercado dos "populares" em 1991.



O Chevette Junior possuía um motor de 1.000 cm³ de cilindrada, cerca de 50 CV de potência, acabamento espartano e era mais barato que o seu único concorrente, o Uno Mille. Mas, por ser um automóvel mais pesado que o concorrente, a seu preço mais baixo era compensado por um consumo bem mais alto. E o Junior durou pouco, até o final do ano seguinte (1992), quando foi substituído pelo Chevette L.


O Chevette L surgiu de um acordo com o governo federal, que havia praticamente exigido o retorno do Volkswagen Fusca. Para compensar os outros fabricantes, já que o Fusca possuía um motor de 1.600 cm³ de cilindrada e gozava do imposto reduzido dos automóveis com motor de 1.000 cm³, o governo abriu uma brecha para que outros carros com motor 1,6 litro usufruíssem da alíquota reduzida, desde que fossem produzidos com motor exclusivamente à álcool: assim surgiram Chevrolet Chevette L e Ford Escort Hobby 1.6 (a Fiat estava contente demais com o Uno Mille, que já era o automóvel mais vendido, e não precisou de um motor 1,6 litro).

Foi um Chevette L quem encerrou a produção do Chevette no Brasil, em meados de novembro de 1993, deixando seu legado para o Chevrolet Corsa.


Um comentário:

  1. teve sim modelo dl 4 portas e ainda cambio automático pra mim isso sim e raridade

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