Pesquisar este blog

sábado, 19 de março de 2011

VENDAS E ALGUMAS CURIOSIDADES

VENDAS

 Na Alemanha, o Kadett C foi o automóvel Opel mais vendido na Europa; nos Estados Unidos, os Chevette / Acadian também venderam razoavelmente...No Brasil, o Chevette ultrapassou a marca de 1 milhão e 200 mil veículos vendidos (1.214.698) em vinte anos de produção. Ainda hoje vemos muitos deles rodando pelas ruas, o que prova a sua resistência, característica que o Chevette ganhou devido ao fino trato que a GMB dispensava em sua produção.
Apesar de ter atingido seu pico de vendas em 1980 (94.816 unidades comercializadas), o Chevette foi campeão de vendas em 1983, batendo, inclusive, o campeoníssimo Fusca, da Volkswagen. De 1987 em diante sua "saúde" já estava prejudicada devido a projetos mais modernos existentes no mercado, tal qual Fiat Uno, Ford Escort e Volkswagen Gol (que recém recebera mecânica refrigerada a água). O "canto do cisne" do Chevette foi bem no final de sua carreira devido aos incentivos fiscais que receberam o Chevette Junior, de motor com 1.000 cm³, e o Chevette L, modelo básico (espartano até) de motor com 1.600 cm³.
O gráfico abaixo (clique nele para visualizá-lo melhor) demonstra os números de vendas no mercado interno. Portanto, aí não estão inclusos os milhares de Chevette exportados para Argentina, Colômbia, Equador, Venezuela, e outros vizinhos sul-americanos.

 É valido lembrar, também, que o Chevette ganhou, por duas vezes, o título de “Carro do Ano”, da revista Auto-Esporte (tido como o mais importante do país), sendo um em 1974, por ocasião de seu lançamento, e outro em 1981, por ocasião do lançamento do Chevette Hatch S/R.



CURIOSIDADES

  • Foi no Brasil que, pela primeira vez, se usou o nome Chevette, já que o inglês Vauxhall Chevette foi lançado somente em 1975 e o Chevette norte-americano só em 1976, enquanto que o brasileiro data de 1973. Vale lembrar que, também, o Chevette brasileiro foi o primeiro T-Car produzido em escala comercial no mundo.


  • No Brasil, a série esportiva GP (Grand Prix) assim foi batizada em comemoração ao primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1, que se realizou no país, em 1975. Há histórias afirmando que a GM do Brasil ofereceu um Chevette GP para cada um dos pilotos da competição utilizar durante sua estadia no país (e histórias de que os pilotos “destruíram” todos esses Chevette, depois de tanto “brincarem” com eles).


  • Nos Estados Unidos e Canadá, o T-Car ostentou nada menos que quatro marcas de fabricantes e não menos que cinco nomes diferentes. Vamos a eles: Buick Opel (importados da Alemanha e do Japão); Chevrolet Chevette; Pontiac Acadian; Pontiac 1000 (os três fabricados nos Estados unidos) e Isuzu Impulse (importado do Japão).
Isuzu Impulse: fabricado no Japão e vendido nos EUA

  
  • Alguns exemplares do Kadett B, importados pela General Motors do Brasil, como “mulas” de teste, para a pré-série do 909 (Chevette), hoje são peças de colecionador. O mesmo ocorreu com alguns Opel Rekord, importados com o mesmo intuito, só que estes eram “mulas” do Opala.
Opel Kadett B: o antecessor do Chevette

  • O Chevette brasileiro foi um dos poucos carros que, em seu lançamento, não “herdou” a mecânica de nenhum outro automóvel e, chegou até os seus vinte anos de existência mantendo a mesma base mecânica e de carroceria. Nesse aspecto, houve somente dois carros como ele no Brasil: Chevrolet Opala e Volkswagen Fusca.



sexta-feira, 18 de março de 2011

PROPOSTAS E PROTÓTIPOS

OPALIM
  • Antes do Chevette ser lançado, a GM do Brasil já cogitava um segundo automóvel de passeio para fazer parte da sua linha. Em Abril de 1971, a revista Quatro Rodas, publicação da editora Abril, tentou antecipar o que seria este novo automóvel, de tamanho menor do que o, até então, único automóvel produzido pela General Motors do Brasil, Opala. A projeção na capa da publicação era, na verdade, um Opel Ascona, de fabricação alemã, que acabou por vir onze anos mais tarde, em uma outra geração, denominada Chevrolet Monza. Quando estampou a capa da respeitada revista, o Ascona levava o nome de Opalim, numa alusão à "pequeno Opala"... Era o pontapé inicial para a introdução do Chevette.


CHEVETTE (PROTÓTIPO)
  • Em maio de 1972, a mesma Quatro Rodas flagrava, em plena estrada, quase sem disfarces, o modelo definitivo do nosso Chevette. Fato que só vem a confirmar que o Chevette brasileiro antecedeu o Kadett C alemão (o Chevette foi lançado em Abril de 1973, enquanto o Kadett C só foi lançado no final do mesmo ano).


PERUA CHEVETTE
  • Em Fevereiro de 1974 cogita-se o lançamento da perua Chevette, para poder concorrer diretamente com o Ford Belina (o Opala Caravan só seria lançado no ano seguinte), tal lançamento só se deu 7 anos depois e chamou-se Chevette Marajó. O fato é que, em 1974, já existia uma versão perua do Chevette, só que fabricada na Alemanha, sob o  nome de Kadett Caravan (aliás, Caravan era a designação da Opel para os modelos que aqui chamamos de perua, e que alguns, que gostam de anglicanizar a nossa língua, chamam de station wagon... E, ao contrário do que possa parecer, "Caravan" não queria dizer "caravana", e sim "Car-a-van" ou "Car as a van", que designava, justamente, um veículo misto de automóvel de passeio e van de carga... Sendo assim, da Opel tivemos Kadett Caravan, Astra Caravan, Corsa Caravan e outras mais).


CHEVETTE MONZA

  • No Salão do Automóvel de São Paulo, no ano de 1974, a General Motors apresentou em seu estande um estudo, desenvolvido pelo departamento de estilo da fábrica, para uma versão esportiva do Chevette. O nome Monza foi, então, utilizado oito anos antes do lançamento do carro médio da GMB, já que esse estudo de 1974 foi batizado de Chevette Monza, em homenagem ao tradicional autódromo italiano, palco de importantes competições automobilísticas.


CHEVETTE COUPÉ FASTBACK
·       Em Janeiro de 1975, algumas publicações anunciaram uma nova versão de carroceria para o Chevette: a coupé fastback, semelhante à mesma carroceria do Opel Kadett C alemão. A nova versão viria para fazer frente ao Passat, da Volkswagen, e também para ser uma opção mais barata frente ao Opala cupê, da própria GM. Pena não ter vindo: além de ser bem “estiloso”, seria um ótimo “brinquedo” nas mãos dos “tuneiros”.



NOVO CHEVETTE / CHEVETTE HATCH  (PROTÓTIPO)
·      Em Abril de 1976, a revista Quatro Rodas anunciava um novo lançamento: o Chevette hatchback (que só viria em 1979, como modelo 1980). Mas o que havia sido flagrado era, na verdade, um Vauxhall Chevette, fabricado na Inglaterra, que foi importado pela GMB para testes. Um pouco antes, em Setembro de 1975, especulava-se, também, que haveria um “face-lift” no nosso pequeno Chevrolet, o que acabou acontecendo em 1978, no entanto, na ilustração da capa da renomada publicação, o Chevette parecia mais comprido e mais largo, lembrando muito o Pontiac Ventura de 1975. A nova frente, que veio, de fato, foi flagrada no  ano de 1976, porém, no mês de agosto, um ano e meio antes de ser lançada.



















CHEVETTE 1978

  • Em Março de 1977 divulga-se um novo face lift  para o Chevette. Provavelmente produto das chamadas "clínicas" (onde potenciais proprietários são chamado pela fábrica para dar opinião sobre o que deve ser mudado nos modelos de automóveis), o modelo que ilustrava a capa da Quatro Rodas daquele mês parece não ter agradado ao público.



CHEVETTE S/R

  • Não, não é o modelo lançado como variante esportiva do Chevette em 1981, embora guarde notáveis semelhanças com este. Trata-se do seu antecessor direto, apresentado como um protótipo no Salão do Automóvel de São Paulo de 1978. Naquele ano, o departamento de estilo da General Motors apresentou uma proposta de versão esportiva para o Chevetteque substituísse o “esportivado”, e considerado lento, Chevette GP II. Para isso, o conceito Chevette S/R contava com novas rodas (idênticas às do Vauxhall Chevette HSR, de fabricação inglesa), dianteira diferenciada (também inspirada no Chevette bretão), pára-choques em poliuretano, spoilers dianteiro e traseiro, saias laterais, faróis com cobertura acrílica, capô com ressalto central e teto solar. Por dentro havia instrumentação completa e forrações com tecido xadrez. Na mecânica, a novidade ficava por conta do motor 1.6 litro, de maior deslocamento e potência que o 1.4 litro que equipava os Chevette “de rua”, até então (o motor 1.6 só chegou à linha em 1980). O S/R foi lançado em 1981, porém com carroceria hatchback e aparência bem mais conservadora em relação ao protótipo de 1978.



CHEVETTE 1979
  • Em 1979, no auge da segunda (e derradeira) crise do petróleo, a Quatro Rodas divulga uma ilustração do que seria o Chevette para a década seguinte. Acabou por não concretizar-se, mas que é inegável a semelhança da ilustração com aquilo que seria o Opel Corsa, lançado somente em 1983, na Alemanha, isso é.

CHEVETTE 1983

  • Para finalizar, aquilo que realmente se concretizou: o face lift do Chevette em 1983, prenunciado pela Quatro rodas em Junho de 1982. As únicas diferenças da ilustração para o carro que veio foram os espelhos externos, a ausência dos quebra-ventos na ilustração e a portinhola na coluna C, que foram mantidas as mesmas dos modelos anteriores no esboço da capa da revista.

quarta-feira, 9 de março de 2011

MODELOS RAROS PARTE IV

Em um Brasil em que eram proibidas as importações de automóveis, a classe média alta, e a casta acima desta, sonhava com automóveis diferenciados, que saíssem do lugar comum. Por estes mesmos anos, raros eram os foras-de-série que fugiam ao tradicional sistema mecânico da Volkswagen de motor traseiro.
Uma destas raridades era o Avallone TF, que era, na verdade, uma réplica do  MG TD inglês de 1953.


O modelo foi concebido pelo piloto e construtor de carros de corrida Antonio Carlos Avallone, e diferenciava-se de seu concorrente, o MP Lafer, por possuir uma disposição mecânica mais de acordo com o modelo bretão que lhe deu origem pois, enquanto o MP Lafer fazia uso da mecânica Volkswagen "a ar" na traseira (apesar de contar com um longo capô dianteiro), o Avallone tinha um conjunto de motor dianteiro e tração traseira, exatamente como no MG da terra da rainha.
O Avallone TF foi apresentado ao público no Salão do Automóvel de 1976, e lançava mão, justamente, do conjunto mecânico do Chevette... Um dos poucos, senão o único, fora-de série a lançar mão da mecânica do pequeno GM.


Diferenciava-se do MP Lafer por ser uma réplica do modelo MG de 1953, enquanto o Lafer era uma réplica do modelo de 1948; e também por vir com interior bem mais espartano (mais de acordo com o original inglês), enquanto o Lafer era bem luxuoso (nada mais justo, tratando-se de uma renomada indústria moveleira).
No início da década de 1980 o Avallone passou a contar com a mecânica do Chevrolet Opala de 4 cilindros, e em 1985 passou a utilizar o motor do Chevrolet Monza, para, em 1987, ser-lhe decretado o decesso.
O Avallone TF é um raríssimo modelo, podendo alcançar altas cotações nos dias de hoje, e  mais raro ainda por ser um automóvel fora-de-série que contava com o motor do Chevette.
O mais curioso é saber que nos Estados Unidos existiram milhares de réplicas do MG inglês, produzidas pelos mais diversos fabricantes, que lançavam mão da mecânica do Chevette (e por muitas vezes se utilizando da plataforma do Chevette americano), que era muito semelhante ao nosso.